Muito bom o show do Móveis Coloniais de Acaju ontem, no Festival Música Livre.
Depois do forte calor que fez nessa sexta-feira, só cheguei em casa pensando em tomar um banho e desabar... quando vejo que o Móveis Coloniais de Acaju tocaria aqui em um festival e o melhor... entrada grátis!!! Embora já tenha ouvido muito falar sobre a banda, nunca tinha parado para ouvir sequer uma mp3... animei, chamei uns amigos e assim fomos...
Chegamos umas 21h... Vimos os dois palcos, uma boa estrutura montada, o som deles também não se "cruzavam". Pela instalação do festival, dava para esperar muita coisa boa. Mas acho que esqueceram de combinar isso com as bandas... Teve uma banda que parecia querer "ninar" toda a platéia com as suas músicas lentas e repetitivas. Ou o som deles é revolucionário demais para mim, ou eles estão na tocada errada mesmo... misturando batidas eletrônicas, músicas com duas guitarras e sem os graves de um contra-baixo... e pior, sequer dava para ouvir as guitarras... enfim, na real, só se ouvia o playback. Horrível. Outras bandas tocaram, num nível superior à esta, mas também sem muitos destaques... Já dava para começar a entender porque a entrada era gratuita...
Finalmente era a apresentação do MCA... e, em poucos minutos, já pensei que a noite não estava perdida! Comecei pensando que o som tinha muita relação com os Los Hermanos, banda que gosto muito. Mas isso também ficou "pra trás" rapidamente... pode-se perceber várias semelhanças, pela temática das letras, pela composição da banda (instrumentos e tal), mas a dinâmica do show deles é bem diferente. Também, não poderia ser diferente em uma banda com 11 integrantes!!! Brincadeira à parte, tive que me acostumar com isso... integrantes tocando aqui e outros pulando ali, que nem pererecas!!! Quase uma poluição visual!!! =P Mas a dinâmica do show é bem particular mesmo, a presença de palco, a forma que interage com a platéia... gosto muito disso. Foi uma aula para todas as bandas de como se apresentar. O melhor da noite foi quando tocaram "o tempo" e todos cantaram (menos eu... por enquanto!!). Valeu a noite...
"O tempo" - Móveis Coloniais de Acaju
A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz e passar rápido pra mim
Parece que até jantei
Com toda a família e sei
Que seu avô gosta de discutir
Que sua avó gosta de ouvir você dizer que vai fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim
Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar nos dois segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
Pra mim, pra mim
Laiá, lalaiá
Se o tempo se abrir talvez
Entenda a razão de ser
De não querer sentar pra discutir
De fazer birra toda vez que peço tempo pra me ouvir
A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz e passar rápido pra mim
Eu que nunca discuti o amor
Não vejo como me render
Ah, será que o tempo tem tempo pra amar?
Ou só me quer tão só?
E então se tudo passa em branco eu vou pesar
A cor da minha angústia e no olhar
Saber que o tempo vai ter que esperar
E o tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim
