segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Os sonhos e a longevidade da alma (parte 1)

"O Cavaleiro da Armadura Reluzente salva a Bela Princesa das garras do Dragão Malvado e os dois foram felizes para sempre."

Ou pelo menos era assim que acabavam quase todos os contos de fadas que nos ensinaram a sonhar na nossa infância. Nessa altura escutávamos as histórias com um brilho nos olhos, sofrendo quando os nossos heróis ficavam em apuros e dando pulos de alegria quando os seus sonhos, como por magia, se tornavam realidade.

Os sonhos que nascem nessa época das nossas vidas acabam por crescer connosco, alguns evoluem e tornam-se mais reais, outros acabam por desaparecer ao deixar de nos servir.

No entanto, mesmo os sonhos mais maduros serão para sempre sonhos se não tivermos a coragem de lutar por eles.

:: Quando os sonhos são apenas refúgios para a mente

Os grandes sonhos nascem, muitas vezes, nas mentes mais insuspeitas. Nascem de quem vive preso a uma realidade asfixiante. E quanto mais asfixiante a realidade, mais exagerados os sonhos.

E quanto mais afastados da realidade, maior é o risco de que esses sonhos se tornem apenas em doces refúgios para a mente. Lugares nos quais nos sentimos protegidos de uma realidade angustiante, onde podemos viver livremente, enquanto, na realidade vagueamos pela vida como um barco à deriva.

Quando a vida acontece apenas nos sonhos acabamos por passar grande parte do nosso tempo a desejar que a sorte e a magia nos abençoem, como abençoaram, tantas vezes, os heróis dos nossos contos de fadas.

No fundo, estamos a desmarcar-nos da responsabilidade de concretizar esses sonhos, pondo tudo nas mãos dos outros e do Universo.

Alguns podem chamar esta atitude de realismo. Porque ao crescer somos encorajados a esquecer os nossos sonhos tolos de miúdos, para os substituir pela angústia de uma vida real.

Mas isso não é realismo. Isso é cobardia, é conforto, é segurança. E é por esses sentimentos que muitas vezes sacrificamos a nossa capacidade de sonhar com uma vida e um mundo melhores.

:: Existem sonhos grandes demais?

Um sonho só se torna irrealista quando desejamos guardá-lo só para nós, como forma de conforto e para apaziguar as nossas mágoas.

Não existem sonhos grandes ou sonhos pequenos, existem antes grandes ou pequenas pessoas. As grandes pessoas percebem que só a luta pelos seus sonhos lhes poderá trazer os mais doces desafios e as mais brilhantes vitórias.

Nenhum sonho deve ser reformulado para “encaixar” no mundo real. Um grande sonhador saberá que o mundo deverá, pelo contrário, “encaixar” no seu sonho.

No entanto, quando o sonho nos parece impossível de realizar devemos questionar-nos. Já que, muitas vezes, apenas sonhamos com situações e pessoas impossíveis porque não nos achamos merecedores do sucesso e da felicidade.

Para vencer essa paralisia provocada pelos desejos impossíveis é preciso perceber o motivo que se oculta por detrás dessa nossa visão de felicidade.

O desejo por fama, sucesso e dinheiro podem esconder uma profunda insegurança e uma baixa auto-estima. Mas a fama não traz felicidade, não traz amigos e nem sequer traz reconhecimento. O sucesso é passageiro e depende dos outros. Quanto ao dinheiro, sê sincero: quanto dinheiro precisas para ser feliz? A resposta é: quase sempre menos do que aquilo que desejamos. Se a felicidade para ti é viajar não precisas de ser milionário, precisas apenas de aprender a encontrar boas promoções e a definir diferentes prioridades na tua vida.

Os verdadeiros sonhos não se guiam pelos parâmetros da sociedade. São antes produtos da nossa alma.

:: Descobrindo os verdadeiros sonhos

Os verdadeiros sonhos não são os “algum dia…”, “se eu pudesse…” ou “quando tiver tempo…”. Os sonhos devem ser encarados como assuntos sérios, não como desejos efémeros de crianças e jovens tolos e inconsequentes.

Renegar esses sonhos em detrimento do conforto e da segurança é como retirar valor a nós próprios. A sociedade, os carros, as casas, as viagens, as companhias ilustres passam a ser mais importantes que a nossa própria vida.

Para resgatar o nosso valor devemos sonhar em grande e devemos estar dispostos a abraçar as mudanças necessárias nas nossas vidas para concretizar esses sonhos. Porque uma vida sem sonhos é uma vida vazia, e uma alma sem sonhos é uma alma envelhecida, sem vigor e sem alegria.

Retirado em: http://www.arevolucaodamente.com/2010/12/os-sonhos-e-longevidade-da-alma-parte-1.html