domingo, 24 de abril de 2011

Pico da Bandeira

Feriadão chegando e sem planos... eu e alguns amigos com a idéia de ir pra algum lugar que desse pra curtir (sem ter que desembolsar muito). Lembrei que tinha visto algo sobre o Pico da Bandeira e fiz uma pesquisa básica. Passei uma idéia inicial e o time estava fechado: eu, Hideki, Ezra, Felipe e Tássia. Quer dizer, nem "tão fechado" assim pois, quase não viajei pois trabalharia no feriado. Mas, no momento final, o serviço foi adiado e curtiria o feriado tranquilo. Mas as "baixas" foram Felipe, que pegou dengue, e Tássia que, obviamente, cuidaria do "enfermo".

Partimos então eu, Hideki e Ezra na quinta-feira às 10:30h. Fora o trânsito engarrafado na Rodovia do Contorno e CEASA, a viagem foi tranquila. Quer dizer, exceto pela cantada de pneu do Ezra e que depois quase nos jogou fora da estrada. Chegamos então umas 15:00h em Alto Caparaó/MG, fizemos nosso check-in no Chalé, demos uma volta básica para conhecer a cidade e, já conhecemos praticamente tudo lá da "cidade baixa" (a outra parte fica nas montanhas). Nosso plano era a subida noturna para que pudéssemos ver o sol nascendo. Perguntamos sobre guias para nos orientar mas, em cima da hora, não conseguimos nada e deixamos para o próximo dia. Descemos para comer uma pizza e não há mais nada para se fazer na cidade... voltamos para o chalé e rolou pôquer até a madruga. Daí não sei se foi a pizza ou a coca-cola, que me deu uma dor na barriga, mas com o Ezra foi até pior.

Na sexta-feira fomos para a Cachoeira das Andorinhas. Muito bom o local, com cachoeiras (óbvio) em um local bem estruturado e com restaurante, onde aproveitamos e almoçamos. Na parte da tarde procuramos por um guia e nos cobraria R$ 160,00 pela subida noturna e R$ 100,00 pela diurna. Como eu já tinha lido e ouvido falar que não é necessário guia para a subida diurna, dispensamos o "serviço", sobretudo que o Ezra também estava resfriado e a gente não sabia quando poderíamos subir o Pico. Na verdade, até já tínhamos cancelado a subida noturna, nos restando apenas tentar na manhã de sábado.

"Amanheceu mais uma vez...", e esperamos pelo Ezra acordar e dizer se estariam bem para a subida, ou não. Ele se sentiu melhor e partimos nós três para a subida. Passamos pela portaria do Parque Nacional do Caparaó, às 8:30h, até a Tronqueira, último acesso "motorizado". Daí pra cima é na canela mesmo. Explicando em trechos:

Portaria - Tronqueira: 6 Km (último acesso para veículos, com área de camping)
Tronqueira - Terreirão: 3,7 Km (com área de camping e onde fica a Casa de Pedra)
Terreirão - Pico: Pouco menos que 4 Km

O trecho Tronqueira x Terreirão é bem tranquilo, com algumas pedras e caminhos "leves". Do Terreirão até o Pico da Bandeira, o caminho fica mais difícil, sendo mais íngreme, há pouquíssimos caminhos tranquilos e muita pedra. Nesse último trecho minhas pernas já estavam doendo mas seguimos sem maiores surpresas no Pico 12:30h. Comí uns biscoitos com água (provavelmente o maior erro), tiramos algumas fotos e descansamos um pouco. Preparamos para descer, o Ezra sentiu um pouco de tonteira e esperamos mais um pouco.

Começamos a descida e, claro, era mais tranquila e descíamos bem rápido. Porém, depois da parada no Terreirão, não sabendo o exatamente o motivo, comecei a sentir um mal-estar. Talvez por não ter me alimentado bem lá em cima ou pela desidratação, passei mal na descida. E não tinha escolha, estava meio tonto e não dava para parar porque esfriava o sangue (e piorava) e logo anoiteceria. Claro que não foi a situação ideal mas procurei pela superação para chegarmos até a Tronqueira. Cheguei acabado no chalé, antes, ainda, fiquei enjoado... É estranho você passar por todo esse esforço para subir uma montanha... mas é inexplicável a sensação de conquista, vitória, quando estamos lá em cima. Já pensamos em subir novamente, desta vez, de noite, com amigos que não foram e com amigos que passarão a querer ir também!

Como não foi simples encontrar informações sobre o Pico da Bandeira e Alto Caparaó/MG, divido as informações para quem um dia possa precisar:

Hospedagem
 - Ficamos hospedados no Pousada Chalés Pico da Bandeira. O chalé é confortável mas também não oferece luxo para quem possa procurar por este item. Na verdade, com exceção do Caparaó Park Hotel, aparentemente as outras pousadas também não oferece luxo algum.

Alimentação
 - Se a sua diária não oferece almoço e janta, terá poucas opções para alimentação. Na cidade tem uma pizzaria, um restaurante/pizzaria que oferece refeições sem balança por R$ 10,00 e um restaurante mais luxuoso.

Atrações
 - Talvez pela falta de informação, acredito que não há muito o que se fazer além de visitar o Parque Nacional do Caparaó e a Cachoeira das Andorinhas. De noite, a cidade não tem movimento e a praça fica vazia.

Pico da Bandeira
 - A entrada para o Parque é de R$ 10,00/pessoa.
 - Os "trechos" são os descritos acima e o Pico da Bandeira possui 2.890 m de altitude (3º mais alto do Brasil).
 - A subida pode ser pelo lado do ES ou MG, sendo este último o mais fácil.
 - Para a subida diurna não é necessário um guia pois a subida é bem sinalizada. Não esquecer o protetor solar, óculos escuros, bonés e chapéus.
 - Para a subida noturna é necessário um guia para os aventureiros de primeira viagem. Não esquecer blusas, agasalhos para "cortar o vento", calça, moletons, luvas, gorros, lanterna (e pilhas extras), capa de chuva, suprimentos (comida, água, repositores tipo "Gatorade", alimentos energéticos)

Para acampamento
 - A pernoite é de R$ 6,00/pessoa.
 - É possível acampar na Tronqueira (início do caminho) e no Terreirão (metade do caminho), sendo estes os únicos locais autorizados para isso.
 - Não esquecer lona plástica, isolante térmico, pilhas extras, fogareiros.
 - Churrasco não é autorizado.
 - As áreas de camping disponibilizam banheiros e água. O último ponto com energia elétrica é na portaria do parque!

Agora só me resta aguardar pela segunda subida. Pretendo, desta vez, acampar no Terreirão, até porque já ficaria na metade do caminho e também estar melhor preparado fisicamente.