Feriadão chegando e sem planos... eu e alguns amigos com a idéia de ir pra algum lugar que desse pra curtir (sem ter que desembolsar muito). Lembrei que tinha visto algo sobre o Pico da Bandeira e fiz uma pesquisa básica. Passei uma idéia inicial e o time estava fechado: eu, Hideki, Ezra, Felipe e Tássia. Quer dizer, nem "tão fechado" assim pois, quase não viajei pois trabalharia no feriado. Mas, no momento final, o serviço foi adiado e curtiria o feriado tranquilo. Mas as "baixas" foram Felipe, que pegou dengue, e Tássia que, obviamente, cuidaria do "enfermo".
Partimos então eu, Hideki e Ezra na quinta-feira às 10:30h. Fora o trânsito engarrafado na Rodovia do Contorno e CEASA, a viagem foi tranquila. Quer dizer, exceto pela cantada de pneu do Ezra e que depois quase nos jogou fora da estrada. Chegamos então umas 15:00h em Alto Caparaó/MG, fizemos nosso check-in no Chalé, demos uma volta básica para conhecer a cidade e, já conhecemos praticamente tudo lá da "cidade baixa" (a outra parte fica nas montanhas). Nosso plano era a subida noturna para que pudéssemos ver o sol nascendo. Perguntamos sobre guias para nos orientar mas, em cima da hora, não conseguimos nada e deixamos para o próximo dia. Descemos para comer uma pizza e não há mais nada para se fazer na cidade... voltamos para o chalé e rolou pôquer até a madruga. Daí não sei se foi a pizza ou a coca-cola, que me deu uma dor na barriga, mas com o Ezra foi até pior.
Na sexta-feira fomos para a Cachoeira das Andorinhas. Muito bom o local, com cachoeiras (óbvio) em um local bem estruturado e com restaurante, onde aproveitamos e almoçamos. Na parte da tarde procuramos por um guia e nos cobraria R$ 160,00 pela subida noturna e R$ 100,00 pela diurna. Como eu já tinha lido e ouvido falar que não é necessário guia para a subida diurna, dispensamos o "serviço", sobretudo que o Ezra também estava resfriado e a gente não sabia quando poderíamos subir o Pico. Na verdade, até já tínhamos cancelado a subida noturna, nos restando apenas tentar na manhã de sábado.
"Amanheceu mais uma vez...", e esperamos pelo Ezra acordar e dizer se estariam bem para a subida, ou não. Ele se sentiu melhor e partimos nós três para a subida. Passamos pela portaria do Parque Nacional do Caparaó, às 8:30h, até a Tronqueira, último acesso "motorizado". Daí pra cima é na canela mesmo. Explicando em trechos:
Portaria - Tronqueira: 6 Km (último acesso para veículos, com área de camping)
Tronqueira - Terreirão: 3,7 Km (com área de camping e onde fica a Casa de Pedra)
Terreirão - Pico: Pouco menos que 4 Km
O trecho Tronqueira x Terreirão é bem tranquilo, com algumas pedras e caminhos "leves". Do Terreirão até o Pico da Bandeira, o caminho fica mais difícil, sendo mais íngreme, há pouquíssimos caminhos tranquilos e muita pedra. Nesse último trecho minhas pernas já estavam doendo mas seguimos sem maiores surpresas no Pico 12:30h. Comí uns biscoitos com água (provavelmente o maior erro), tiramos algumas fotos e descansamos um pouco. Preparamos para descer, o Ezra sentiu um pouco de tonteira e esperamos mais um pouco.
Começamos a descida e, claro, era mais tranquila e descíamos bem rápido. Porém, depois da parada no Terreirão, não sabendo o exatamente o motivo, comecei a sentir um mal-estar. Talvez por não ter me alimentado bem lá em cima ou pela desidratação, passei mal na descida. E não tinha escolha, estava meio tonto e não dava para parar porque esfriava o sangue (e piorava) e logo anoiteceria. Claro que não foi a situação ideal mas procurei pela superação para chegarmos até a Tronqueira. Cheguei acabado no chalé, antes, ainda, fiquei enjoado... É estranho você passar por todo esse esforço para subir uma montanha... mas é inexplicável a sensação de conquista, vitória, quando estamos lá em cima. Já pensamos em subir novamente, desta vez, de noite, com amigos que não foram e com amigos que passarão a querer ir também!
Como não foi simples encontrar informações sobre o Pico da Bandeira e Alto Caparaó/MG, divido as informações para quem um dia possa precisar:
Hospedagem - Ficamos hospedados no Pousada Chalés Pico da Bandeira. O chalé é confortável mas também não oferece luxo para quem possa procurar por este item. Na verdade, com exceção do Caparaó Park Hotel, aparentemente as outras pousadas também não oferece luxo algum.
- Se a sua diária não oferece almoço e janta, terá poucas opções para alimentação. Na cidade tem uma pizzaria, um restaurante/pizzaria que oferece refeições sem balança por R$ 10,00 e um restaurante mais luxuoso.
- Talvez pela falta de informação, acredito que não há muito o que se fazer além de visitar o Parque Nacional do Caparaó e a Cachoeira das Andorinhas. De noite, a cidade não tem movimento e a praça fica vazia.
- A entrada para o Parque é de R$ 10,00/pessoa.
- Os "trechos" são os descritos acima e o Pico da Bandeira possui 2.890 m de altitude (3º mais alto do Brasil).
- A subida pode ser pelo lado do ES ou MG, sendo este último o mais fácil.
- Para a subida diurna não é necessário um guia pois a subida é bem sinalizada. Não esquecer o protetor solar, óculos escuros, bonés e chapéus.
- Para a subida noturna é necessário um guia para os aventureiros de primeira viagem. Não esquecer blusas, agasalhos para "cortar o vento", calça, moletons, luvas, gorros, lanterna (e pilhas extras), capa de chuva, suprimentos (comida, água, repositores tipo "Gatorade", alimentos energéticos)
- A pernoite é de R$ 6,00/pessoa.
- É possível acampar na Tronqueira (início do caminho) e no Terreirão (metade do caminho), sendo estes os únicos locais autorizados para isso.
- Não esquecer lona plástica, isolante térmico, pilhas extras, fogareiros.
- Churrasco não é autorizado.
- As áreas de camping disponibilizam banheiros e água. O último ponto com energia elétrica é na portaria do parque!
Agora só me resta aguardar pela segunda subida. Pretendo, desta vez, acampar no Terreirão, até porque já ficaria na metade do caminho e também estar melhor preparado fisicamente.